Não queremos acordá-los...
Sabemos que, quando despertos, eles começam a limitar-nos a ação, a calar-nos vontades, a restringir os nossos passos.
"Sonha baixinho, vá, não os acordes!" - com estas ou outras palavras, a mensagem torna-se num mantra que não nos larga. E passamos a viver cautelosamente, dentro de um espaço que nos sufoca mas que julgamos seguro, sem arriscar espreitar para a imensidão do mundo que adivinhamos existir para além do que nos é familiar e conhecido.
Não queremos acordar os nossos medos. Vemo-los como inimigos, e tão poderosos que achamos melhor evitá-los ao invés de os enfrentar. Nesta inglória tentativa de os manter adormecidos, "adormecemos" também a nossa vida... "Sonha baixinho, vá..."
E se pudéssemos fazer diferente? Viver respeitando os nossos sonhos, as nossas ideias, as nossas vontades, mesmo que essa "ousadia" acabasse por acordar os nossos medos?. E se víssemos esses medos como aliados, amigos vigilantes que existem para nos inspirar a fazer as coisas com cuidado, com empenho, com intenção genuína? Amigos que, contrariamente ao que nos habituamos a pensar, não estão a dizer-nos "não faças, não ouses, não vás", mas sim "Sentes-te preparado? Então avança!"
Estar preparado não significa ter todas as respostas ou todos os recursos - antes traduz um estado de prontidão, de presença consciente que fortalece a nossa vontade de agir. E, assim, avançaremos em direção aos nossos sonhos, ancorados no estado de atenção que os "medos", agora nossos aliados, nos induzem a manter. Acordados, despertos, presentes, seguimos em frente.
"Sonha, ousa, faz acontecer!" - não será este um mantra muito mais promissor?
Texto: Irene Martins
Imagem: Deposit Photos
Inspirador!!! Obrigada, Irene!!
Gostei muito!
Tão verdade!! Adorei