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pintura abstrata
Foto do escritorNatacha Soares Ribeiro

O extraordinário está sempre ao nosso alcance

Atualizado: 27 de out.

Vivemos em tempos de grandes expectativas e de um constante correr atrás de objetivos que nem sempre trazem aquilo que realmente procuramos. Quantas vezes o foco na próxima grande conquista ou no desejo de ter mais (dinheiro, sucesso, influência, visibilidade, ou até likes nas redes sociais...) nos aliena daquilo que já possuímos e que, muitas vezes, é extraordinário em toda a sua simplicidade?



Saber ver e reconhecer a beleza nas pequenas coisas é um exercício de presença e, acima de tudo, de gratidão. Um olhar atento e consciente revela-nos que a vida está constantemente a oferecer-nos presentes, dádivas. O aroma de uma manhã fresca, o sorriso genuíno de um amigo, a carícia de um raio de sol no rosto, a simplicidade de uma pausa para respirar fundo, aquela chávena de chá que nos aquece, uma conversa infinita com alguém que estamos apenas a conhecer ou a chamada inusitada de alguém que estava com saudades nossas... Estes e tantos outros momentos — que frequentemente nos passam despercebidos — são fragmentos de beleza autêntica, prontos para serem apreciados, sem pressa nem filtro.


Muitas vezes, o valor do simples não reside na sua grandiosidade, mas na sua essência. É preciso um coração aberto e disponível para perceber que a felicidade pode estar, justamente, não no que tentamos “agarrar” a todo o custo, mas sim no que escolhemos apreciar, aqui e agora. É neste instante, com um olhar atento e um coração receptivo, que a magia acontece.


Para reconhecermos o valor destas pequenas dádivas, é importante cultivarmos a capacidade de observar e desacelerar. Permitir-nos momentos de calma e reflexão, longe do ruído e da pressão, e abrir os olhos ao que, no fundo, realmente nos enche a alma. Pois, no final, é nas coisas simples que descobrimos a beleza mais sincera e nos reconectamos com o essencial.


Hoje, desafiamos-te a parar um momento, a observar o que te rodeia e a encontrar a beleza num instante, numa pessoa ou numa memória.


Porque, afinal, a vida é feita destas pequenas dádivas — basta aprendermos a ver, também, com o coração.

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