Um dos privilégios menos óbvios da maternidade é poder passar algum tempo de qualidade, sempre em boa companhia, a ver e rever filmes e séries de animação. :) E a verdade é que vou encontrando, nesse contexto, algumas verdadeiras pérolas de sabedoria! :)
Hoje, enquanto refletia no que estamos a viver, a nível internacional, veio-me à mente, imaginem, uma frase do Papá Pig, o pai da emblemática Porquinha Peppa, que, durante um bom período, fez as delícias da minha filha. Para quem não saiba, o Papá Pig é campeão de saltos em poças de lama e diz que o seu segredo [para além das suas galochas da sorte, refira-se...] é ser capaz de se fundir mentalmente com a poça, criando uma relação tão íntima com a poça, que o bom desempenho no salto se torna inevitável. "Sê a poça, torna-te a poça". :)
Todos conhecemos também a célebre frase, geralmente atribuida a Mahatma Gandhi*, "Sê a mudança que queres ver no mundo". Sempre levei essa proposta muito a sério, porque acredito que todos temos o poder de, em alguma medida, influenciar o que se passa à nossa volta e até o que se passa não tão perto de nós. Vários foram os exemplos na História de pessoas cujas escolhas e atitudes ajudaram a moldar e transformar o mundo.
Mas, - e estou plenamente convencida disso - a mudança no mundo começa dentro de cada um(a) de nós.
Há uma pergunta que gosto sempre de me fazer: "Neste momento, nesta situação, os meus pensamentos, atitudes e comportamentos alimentam a paz ou estão a alimentar o conflito, a guerra?" Procuro responder de forma consciente, centrada em mim, em vez de me focar nos outros, no que fizeram/disseram, no que deviam ter feito/dito - afinal, eu não tenho controlo sobre os outros, mas posso ter controlo sobre o meu mundo interno e, a partir daí, sim, no mundo exterior.
Esta prática simples, ainda que muitas vezes desafiante [porque é verdade que, por vezes, me é mais fácil ficar agarrada à dor], tem-me ajudado a centrar, a abdicar do papel de vítima e a resgatar o meu poder pessoal: a capacidade de escolher como me sinto e me comporto em relação a cada uma das minhas circunstâncias.
Estar em contacto com a natureza é também algo que me permite, com facilidade, resgatar e nutrir a minha paz interior. Meditar em meio natural, caminhar na floresta ou sentar-me na praia a contemplar o mar são algumas das minhas práticas preferidas.
Acredito que, à medida que efetivamente me torno a Paz que quero ver no mundo [o que já de si é, para mim, uma bênção] e interajo com os demais a partir desse lugar, mais provável é que outras pessoas se dêem, também, permissão para fazer o mesmo. Como aliás acontece com as pedras que atiramos ao oceano: graças ao efeito de cascata que se produz, os efeitos são sentidos muito além do ponto de impacto.
E tu? Como te relacionas com a Paz? Que práticas utilizas quando escolhes nutri-la? Que resultados tens observado na tua vida? Partilha nos comentários para que nos possamos todos inspirar.
Um abraço pleno de paz _/\_.
* Nota: Não existem registros de Gandhi ter proferido esta frase exata, tratando-se de uma paráfrase de outro pensamento. Acredita-se que este pensamento tenha sido originalmente expresso pela educadora norte-americana Arleen Lorrance.
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